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Estoicismo

por | fev 13, 2025 | Psicologia e Psicanálise | 0 Comentários

Existem poucas alusões de Lacan sobre o termo “incorpóreo”, uma delas aparece na lição 15 do Seminário 6 (o desejo e sua interpretação), a citar “ignoro parece a existência de corpos, tenho uma teoria de anáIise incorpórea, é o que se descobre ao menos, ao ouvir a irradiação do que articulo aqui), o significante, pra dizer a palavra, é nós que lhe fornecemos o material, com nossos próprios membros, o imaginário é isto, que nós fazemos o alfabeto deste discurso” (LACAN, 1958). Segundo Eidelsztein (2023), Lacan se inspirou no conceito de incorporal da filosofia estóica.  

O estoicismo é uma filosofia helenística que sustenta que a felicidade consiste na exigência do bem, ditada pela razão e que transcende o indivíduo devendo ser estendida a todos. O período helenístico ou helenismo foi um movimento cultural e histórico onde os elementos da cultura grega foram estendidos para o mundo, sendo agregados à cultura européia, ocidental, asiática e oriental.

O período que corresponde ao estoicismo vai do século II a.c., com a chegada dos romanos na Grécia; passa pelo século III a.c., com a ocupação da macedônia na Grécia até o século II d.c. O estoicismo compreende três fases: 

O estoicismo antigo (séculos III e IV a.c.) onde advém as bases ideológicas do estoicismo com foco à lógica, à física e à ética, teve os teóricos Zenão de Cítio, Cleantes de Assos e Crisipo de solos.

O estoicismo médio (século II a.c), teóricos Panécio de Rodes e Posidónio, correspondendo ao período eclético do estoicismo.

O estoicismo imperial (séculos I e II d.C.), teóricos Séneca, Epitecto e Marco Aurélio, fase que corresponde à decadência do estoicismo, devido forte penetração religiosa e simplificação da filosofia estóica como arte de aconselhar o bem.

De acordo com a tinologia estoica, há três categorias para as coisas existentes, sendo: algo existente ou corpóreo; algo inexistente ou incorpóreo; não-algo. O não-algo compreende seres fictícios, que são imaginados, mas falta substância como centauros e gigantes. O incorpóreo compreende as instâncias do dizível, espaço, tempo e vazio.  

O incorpóreo é não existente, mas sustenta-se como propriedade de uma coisa existente, o incorpóreo é dito inexistente por não ser uma coisa existente separada. O dizível se refere a certo atributo de um corpo, mas, enquanto propriedade de uma representação; é uma modificação da mente que existe apenas subjetivamente. Além disso, o dizível é o intermediário entre as palavras e as coisas. Para os estóicos, a noção do dizível evitam os problemas de determinar como diferentes pensamentos  podem ter o mesmo sentido; para eles a comparação de pensamentos é possível por que há o sentido objetivo do pensamento: o dizível. Em outros termos, o dizível é o conteúdo que ser articula em forma linguageira da representação.

A lógica estoicista é baseada na ética em que não há outro mal que não o mal moral. A atitude estóica consiste em reconhecer como bom ou mau apenas o que é bom ou mau moralmente e em considerar nem bom ou mau, portanto indiferente, o que não é bom nem mau moralmente. Para o estóico é moral aquilo que depende do homem e indiferente aquilo que não depende do homem. Os estóicos entendem que o universo é um ser vivo como Deus, confundindo-se com este. Assim, o homem deve viver em harmonia com a vida universal, buscando o equilíbrio diante das tensões do universo. Por sua vez, a lógica estóica é dividida em dialética e retórica, sendo a dialética a ciência de discutir assuntos mediante perguntas e respostas e a retórica como a ciência de falar sobre os assuntos. Assim, a lógica estóica constitui meio para o alcance da certeza e da verdade absoluta.

O estoicismo contesta toda forma conceitual do real; na experiência da linguagem, verbo e logos se relacionam, daí advém a explicação porque os estóicos davam muito valor à gramática grega, pois é justamente no idioma que acultura o logos. Na relação entre os significantes e os significados, a lógica estóica estabelece os laços que unem os eventos e mais uma vez, a atenção com a gramática e com as proposições (sugestões), pois os verbos comunicam eventos sendo exprimíveis e incorpóreos

No estoicismo o significante é a linguagem que pertence ao mundo das coisas e os acontecimentos. Já o significado é o sentido de uma expressão. Os significados são coisas expressas, enunciadas, ditas; e esses significados são também incorpóreos.

Fazendo uma correlação do postulado de Lacan de que o corpo é “incorpóreo” com as premissas do estoicismo; fica evidente que Lacan se inspirou no estoicismo antigo. Para Lacan, corpo é um significante, é uma palavra e cada falasser atribuirá um significado, dará uma substância à esta palavra.

Sobre o texto: 1º enlace

Lamela: apropriada às funções de proteção e sustentação atribuídas ao tecido ósseo.

Diferença entre lamela e garrafa de Klein? Banda de moebis. Lamela tem substancia, banda de moebis é topológico. Não estaria Lacan também falando de corpo?

Eudstain: o nome do livro “outro Lacan”, um titulo sugestivo e particurlamente mexeu com meu imaginário. Enretanto, até o momento, tenho visto uma pegada de marketing e não de aprofundamento na teoria de Lacan. o que está tudo bem também, é que Lacan merece ser vendido de forma mais próxima do publico, laca é pratico, clinico; sem muitas voltas. E merecia ser vendido no sex. 21 tap como as lições dele nos seminários.

Pansomatismo: eudstain contruiu um neologismo pansomatismo e etc. APOLA Outro Lacan….

Elaboração de Vandenilda Pereira Leite.

Graduação em Psicologia (2004), Pós-graduação em Gestão de Pessoas (2011), Mestrado em Administração (2020), Psicanalista em formação (2017 até o momento).

REFERÊNCIAS:

DINUCCI, A.; DUARTE, V. Introdução à lógica proposicional estóica. Universidade Federal de Sergipe, 2016, p.90-92.

EIDELSZTEIN, A. 1º ENLACE Os incorporais em psicanálise ou “o corpo de lamela”. In: EIDELSZTEIN, A. Outro Lacan. 1ª ed., São Paulo: Toro, 2023. p.71 a 75.

LACAN, J. Lição 15, 18 de março de 1958 [1958/1959]. In: LACAN, J. O desejo e sua interpretação. 1ª ed., Porto Alegre: circulação interna da Associação Psicanalítica de Porto Alegre, 2002, p.294.

MAIA, F.J.F. Uma nova base para a lógica jurídica: a lógica estóica enquanto sistema idealista teorético do pensamento baseado em relações de implicações empírico-temporais. In: XIX Encontro Nacional do CONPEDI, 2010, Fortaleza. Anais… Fortaleza, 2010, p.5435-5448.

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