Segundo Lemos (2016), acredita-se que a terapia on-line tenha começando pelo programa de computador conhecido como ELIZA, no ano de 1960, no Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Registros do programa mostram a simulação da conversa entre um paciente e um psicólogo, onde o usuário é o paciente e o software o psicólogo.
No Brasil os primeiros estudos sobre terapia psicológica on-line aconteceram no início do ano 2000, onde pesquisadores começaram a discutir ações para criação da primeira resolução que saiu em 2005. Em 2012, a primeira resolução foi revisada, autorizando um procedimento conhecido como Orientação Psicológica On-line, onde os atendimentos possuíam limites de até 20 sessões por paciente. E hoje, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) por meio da Resolução CFP 011/2018, autoriza os serviços realizados por meios tecnológicos da informação e comunicação, desde que sejam cumpridas todas as disposições do Código de Ética do profissional de Psicologia.
Torna-se então imprescindível que o paciente certifique-se de que o psicólogo esteja com o cadastro ativo junto ao Conselho de Psicologia. Essa é a garantia de que se trata de alguém habilitado e apto a atender por intermédio tecnológico.
O atendimento pode ocorrer em tempo real, em conversas por vídeo conferência, onde é possível ter acesso ao maior número de informações sensoriais possíveis como a visão e audição. Além disso, mesmo havendo uma tela entre psicólogo e paciente, o vídeo permite aos dois lados que haja uma percepção de movimentos, angústias, sensações e emoções.
Segundo Suler (2002, apud ULKOVSKI, SILVA e RIBEIRO, 2017) a terapia on-line pode acontecer de forma sincrônica e assincrônica, de acordo com a simultaneidade da comunicação. A forma sincrônica acontece em tempo real, mesmo terapeuta e paciente não estando frente a frente, a disponibilidade de um para o outro é imediata. Na forma assincrônica, terapeuta e paciente teriam uma maior liberdade no que se refere ao tempo, uma vez que o atendimento não ocorre de forma simultânea, permitindo que o paciente faça seus relatos no momento em que se sentir mais à vontade.
Para Pinto (2002, apud ULKOVSKI, SILVA e RIBEIRO, 2017), a terapia online cria mecanismos mais fáceis de acesso beneficiando às pessoas que por algum motivo não conseguem sair de suas casas, seja por dificuldades na locomoção, por estarem em regiões distantes ou ainda pela saúde, idosos, pessoas com deficiência física, transtornos que os impossibilitam a continuidade ou início do atendimento presencial.
Segundo Pieta e Gomes (2014), alguns terapeutas relatam um nível alto de confiança no processo terapêutico, onde muitos pacientes expõem com mais facilidade seus problemas, apresentando dessa forma uma postura mais desinibida comparada a terapia convencional. Para Ulkovski, Silva e Ribeiro (2017), “o sujeito em processo terapêutico carrega consigo as marcas de um mundo repleto de mudanças rápidas, de valores, modo de ser, moldados pelas transformações contemporâneas.” Em qualquer atendimento é exigido uma postura do psicólogo diante de coisas fundamentais, como a ética em seu trabalho, o respeito pelo paciente, pelo contexto da sessão de terapia, pelo segredo profissional; o bom senso de saber que a terapia, seja qual for, não pode tudo, e que às vezes, é necessário também algum outro tipo de encaminhamento, como a intervenção medicamentosa por exemplo.
O atendimento psicológico on-line, é um avanço que acompanha as demandas da vida moderna, e nesses casos pode ser uma excelente solução, permitindo ao paciente ter acesso a profissionais capacitados com os mesmos benefícios da terapia presencial.
Referência:
MUNHOZ, J. L.; ALVES, A.D.; COSTA, C.A. Atendimento psicológico on-line: um novo conceito em psicoterapia. XVII Jornada científica dos campos gerais. Ponta Grossa, 23 a 25 de Outubro de 2019.
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